Secretaria da Cultura realiza Projeto Lorena aos 80
quinta-feira, 27 de setembro de 2012“A ideia é angariar momentos importantes, preservar a memória da cidade através da contribuição generosa de ilustres cidadãos, colher informações, lembranças de fatos inéditos e divertidos (alguns nem tanto) que se confundem com a história de Lorena e registrá-los em vídeo digital para a posteridade”, explica o secretário municipal da Cultura, Caio de Andrade.
Grande parte dos entrevistados – todos, no mínimo, octogenários (alguns estão quase ou já na casa dos noventa) – frequentam os eventos da Casa da Cultura. Padre Mário Bonatti, dr. Hugo Di Domenico, professor Nelson Pesciotta, Irmã Olga de Sá e a jornalista e poetisa Maria Luiza Reis participam da Academia de Letras e, mensalmente, estão presentes à reunião da associação literária, que acontece todo terceiro sábado do mês, no Solar do Conde Moreira Lima.
Guardiões da Banda Mamede de Campos, o professor Adolpho Prado e o professor Rang também estão sempre no casarão, acertando a agenda da corporação (uma das instituições culturais que recebe o apoio da Secretaria da Cultura). “Invariavelmente, nestes encontros – casuais ou não – muitas histórias surgem, inspiram, emocionam, provocam curiosidade e até espanto, mas se perdem. Daí surgiu a idéia. Registrar essas conversas, que muitas vezes surgem de modo informal, mas que estão quase sempre carregadas de uma imensa carga de importância”, diz Caio de Andrade.
E continua: “São histórias de suas vidas, aventuras familiares e profissionais, suas memórias, ricas, cheias de inúmeras atividades, muitas delas ligadas intrinsecamente a lugares, momentos ou situações da nossa cidade. Dona Mariazinha Pinto Antunes, o sr. Antenor Figueira e o sr. José Vieira foram várias vezes mencionados pelos já citados e, assim, ficou evidente o que já era sabido: trata-se de pessoas especiais, de qualidade, atuantes, que se conhecem e reconhecem, que se encontraram em diversos momentos da vida – cultural, política, econômica, social, estudantil, etc. – lorenense, enquanto, cada qual à sua maneira, contribuía para o desenvolvimento da cidade”.
O desenvolvimento do projeto
O projeto começou no final do ano passado, com as primeiras reuniões da equipe técnica e a preparação das pré-entrevistas. Precedeu a cada um dos dez encontros um trabalho minucioso de pesquisa sobre cada um dos dez ilustres convidados. Geralmente, uma semana antes da gravação de cada episódio, havia um encontro informal, um bate-papo preparatório, um quebra-gelo, para que a entrevista em si (que seria realizada alguns dias depois) registrasse tudo da forma mais natural possível.
A equipe da Casa da Cultura – formada por um produtor, uma estagiária, uma entrevistadora, o roteirista, o cinegrafista e o diretor – chegava à casa do entrevistado (ou no local combinado), armava o equipamento e aí começava o registro, feito simultaneamente em duas câmeras digitais. Diversas histórias brotavam de forma praticamente espontânea, uma vez que a pergunta que atiçava a conversa era apenas o estopim que, invariavelmente, deflagrava depoimentos emocionantes.
Assim, questões sobre a educação e a arte de ensinar foram pontos altos nos depoimentos de vários educadores, como os professores Nelson Pesciotta, Adolpho Prado, Maria Luiza Reis, dentre outros. A vida religiosa, a escolha pela vocação salesiana, que tanto contribui para a grandeza de Lorena, foi o destaque dos depoimentos do padre Mário e da Irmã Olga. O sr. José Vieira contou parte importante da história do comércio. Dr. Hugo Di Domênico não só falou de sua longa carreira de médico, como de muitas outras curiosidades, como uma pequena e emocionada alusão aos imigrantes italianos, também formadores de nossa identidade. O sr. Antenor Figueira contou sobre o envolvimento da região na Revolução de 1932 e a história do pioneirismo da assistência social em nossa cidade foi recriada de modo comovente por sua grande representante, Dona Mariazinha Pinto Antunes. O professor Rang contou histórias sobre os antigos carnavais, enquanto vários deles tocaram em temas menos alegres, como a época em que a cidade passou pelo incômodo período da ditadura, além de relembrarem muitos outros momentos importantes.
“Tudo começava por um viés mais pessoal, onde os entrevistados falavam sobre sua infância, suas famílias, sua formação escolar e religiosa, além das lembranças mais remotas”, conta Caio de Andrade. “Após o período das entrevistas, que se estendeu por um longo tempo, uma vez que nem sempre as agendas coincidiam – como já dissemos a grande maioria dos dez entrevistados ainda está em plena atividade –, começou o que chamamos de decupagem. Ver e rever o que foi gravado inúmeras vezes para organizar o material colhido, avaliar o que é imprescindível e o que deve ser deixado de lado, uma vez que é preciso colocar os depoimentos dentro de um formato único, padrão, que atenda aos critérios de exibição. Alguns depoentes falaram por mais de duas horas e, mesmo que a maioria do que foi dito tenha importância, é preciso fazer uma seleção, uma eleição, colocando todos os depoimentos dentro de um único formato, para que a série de entrevistas fique bem configurada e coerente com seus objetivos”.
“A fase de decupagem levantou outra necessidade: o enxerto de novos materiais para ilustrar o que foi sendo dito: fotografias antigas – da família, do ambiente de trabalho, de momentos importantes como casamentos, batizados dos filhos, netos, ordenações etc. –, documentos, vídeos caseiros e os mais diversos complementos que possam ajudar a ilustrar, a dar mais vida às entrevistas”, continua o secretário, empolgado.
O projeto está, justamente, nesse período de garimpagem, quando os dez entrevistados (com a ajuda de amigos e familiares) estão recolhendo esses materiais complementares, para dar mais brilhantismo e emoção ao depoimento já gravado. Depois do garimpo vem a fase da edição, quando um novo profissional, o editor, entra em cena para dar o acabamento final ao trabalho, deixando tudo equalizado (som e imagem), devidamente sonorizado (com a colocação da trilha sonora) e com os créditos dos profissionais envolvidos no trabalho.
“A ideia era terminar ainda em setembro, mas foi impossível. O material resultante do trabalho feito com tanto carinho e dedicação se revelou muito mais importante – e instigante – do que o previsto. Não que o depoimento esperado por parte dos dez convidados pudesse de alguma forma gerar más expectativas. Mas tudo saiu muito melhor do que o esperado. E, portanto, agora, é preciso ter calma, tranquilidade no acabamento, para que o resultado fique à altura dos entrevistados”, finaliza Caio.
Cada entrevista vai gerar um vídeo de aproximadamente trinta minutos de cada convidado e será feito um material especial, de longa duração (com aproximadamente uma hora e meia), misturando todos os depoimentos, divididos por assuntos – muitos deles comuns a todos os depoentes.
O material será exibido em noite de estreia, no Teatro São Joaquim, em novembro – mês em que se comemora o aniversário da cidade. Depois, todos os depoimentos serão exibidos na Casa da Cultura, em dias e horários a serem divulgados e ficarão à disposição.
Se tudo der certo, a intenção é colher mais material e produzir novos vídeos, de forma ininterrupta, para que cada vez mais lorenenses, plenos de sabedoria e experiência, possam deixar o seu quinhão de memória registrado nos arquivos da posteridade.
Fonte: Prefeitura Lorena
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